terça-feira, 31 de março de 2009

Estaquia - IV

Adaptado de Raizes Bonsai - Métodos de Propagação (http://raizesbonsai.vilabol.uol.com.br/propag.htm) e Arvorezinhas - Métodos de Propagação (http://www.geocities.com/arvorezinhas/tecnicas/propagacao.htm)

Estacas : Existem 3 tipos de estacas: as de ponteiro, as intermediárias e as basais, que são estacas com diâmetro muitas vezes superiores a 1 cm. Entende-se como estacas intermediárias os galhos do 2º ano de crecimento. As Estacas Basais possuem o caule rígido, com aspecto lenhoso, com uma espessura aproximada de 12 mm e com até 25 cm de comprimento (para bonsais); as Estacas de Ponteiro são gravetos de 1 a 4 mm de espessura, são obtidas ao cortarmos os 3 ou 4 nós nos últimos ponteiros do tronco ou ramos, são frágeis e se desidratam com muita facilidade; As Estacas de Intermediárias são mais finas que as Basais e com uma aspecto semi-lenhoso e não são tão frágeis como as de Ponteiro, geralmente têm um espessura de 3 a 8 mm.

Este método para algumas espécies é bastante eficaz, pois reduz bastante o tempo para se chegar a um bonsai, quando comparamos com o método por sementes, principalmente para as espécies em que se pode usar estacas basais, que muitas vezes já tem o diâmetro de tronco desejado. Os melhores períodos são o início da primavera e o final do verão, para as estacas de ponteiro e intermediárias e o início do Outono para as estacas basais. Esta é apenas uma orientação geral, pois pode-se conseguir bons resultados fora dessas épocas. A seguir veja tabela contendo algumas orientações sobre a estaca ideal para cada espécie

Tabela 1 - Tipos de Estacas

Espécie (nome popular mais usado)

Tipo de Estaca

Amoreira

Basal

Azaléas

Ponteiro

Azevinho

Ponteiro

Bordos (Acer)

Ponteiro e Intermediária

Buxus (Buxinho)

Ponteiro

Caliandra (Esponjinha)

Ponteiro

Carmona

Ponteiro

Cerejeira

Intermediária

Criptoméria (Cedro Japonês)

Ponteiro

Eugênia

Intermediária

Falso Cipreste Anão (Nanã)

Intermediária

Ficus

Ponteiro, Intermediária e Basal

Gingko

Basal

Ipê

Basal

Jasmin

Intermediária e Basal

Jacaré (Juníperus Horizontalis)

Intermediária

Juníperos em Geral

Intermediária

Lingustro

Ponteiro

Manacá

Intermediária

Murta

Intermediária

Olmo (Ulmus)

Ponteiro

Paineira

Ponteiro, Intermediária e Basal

Pingo de Ouro (Duranta)

Ponteiro e Intermediária

Piracanta

Intermediária

Ptecolobus

Intermediária e Basal

Romã

Ponteiro, Intermediária e Basal

Serissa

Ponteiro e Intermediária

Tuia Azul (Junípero Prateado)

Ponteiro

Zelcowa

Ponteiro

O solo ideal é a areia, mas deixa a estaca muito vulnerável a ação dos ventos, pois as estacas devem permanecer sem serem tocadas até o aparecimento de um bom nº de raízes, que garantam sua fixação. Uma boa alternativa é usar uma mistura composta de 70% de areia e 30% de terra preta.

A estaca deverá ter preferencialmente o tamanho de um lápis. O corte na sua base deverá ser inclinado (ângulo em torno de 45°) e próximo a um nó, que é o local mais favorável ao aparecimento de raízes. Para estacas mais grossas podem ser feitos dois cortes inclinados na base, sendo um deve ser maior do que o outro.

As folhas no terço inferior da estaca deverão ser removidas, preferencialmente com o uso das mãos e não com tesoura. Uma boa prática é a de deixar sempre algumas folhas para se verificar se secou ou não. Folhas muito grandes poderão ser cortadas ao meio. Se deixarmos muitas folhas na estaca ocorrerá uma perda excessiva de umidade, o que poderá comprometer o processo de enraizamento

Existem alguns hormônios que ajudam no processo de enraizamento, sendo que os melhores são os que tem como base o Ácido Indol Butílico (IBA) . Pode-se também regar as estacas com hormônios a base de Tiamina. Para as estacas basais, uma boa prática é a deixá-las com o local onde serão plantadas, mergulhadas em hormônio enraizador por ± 24 horas. Para as de ponteiro e intermediárias deveremos plantá-las o mais rápido possível, sendo que podemos fazer uso de hormônio em pó, molhando a ponta e passando no hormônio e plantando em seguida.

O recipiente em que serão colocadas as estacas, deverão ter uma profundidade suficiente para que ela fique firme (enterrar cerca de 1/3 do seu tamanho), sem contudo encostar no fundo. Uma sugestão é o uso de garrafas de refrigerante de 2 litros cortadas ao meio e furadas na parte inferior para uma boa drenagem e, por serem transparentes podemos acompanhar o processo de enraizamento. Costumo usar esse método para as estacas com maior potencial de enraizamento, pois posso deixar até o momento de fazer uma poda de raiz.

È importante manter a umidade nas estacas, e assim sendo, se não podemos borrifas as folhas pelo menos 3 vezes por dia, poderemos então fazer uso de um plástico transparente por cima das estacas, lembrando de deixar sempre alguma abertura para circulação do ar.

Um comentário:

  1. Gostei desta matéria/postagem.
    Sou novato e pretendo fazer alporquia num ficus benjamina que meu vizinho tem.
    Em breve eu postarei como ficou a muda!

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