As vezes acho importante discurtirmos sobre os problemas com os quais nos deparamos com nossos bonsai... acho que pode ser muito rico e este novo capítulo do fórum veio bem a calhar!
Sobre suas perguntas, posso responder pelo que já fiz e observei... mas sem maiores fundamentações técnicas.
1- arvores com galhos compridos e brotações so nas pontas. Entao não tem jeito mesmo? é zerar ela e começar novamente?
- varia de espécie para espécie. As jabuticabeiras, por exemplo, brotam ao longo de todos os galhos e tronco após podas intensas... então nem sempre é necessário encurtas seus galhos...
Nesse acer (e em outros também) eu tentei ver se ocorreriam brotações mas próximas do tronco e, depois de algum tempo acabei optando pelo encurtamento dos galhos... Com isso eu consigo também multplicar "n" vezes as ramificações dos galhos pois, a cada nó que elimino, brotam 2... e assim sucessivamente... Se eu fizer 5 podas de redução de um único galho novo, e suas respectivas bifurcações... teóricamente eu conseguiria 32 ramificações!!!... e se em cada poda de cada ramificação eu deixar apenas 1 nó, eu consigo uma bela compactação da massa verde!... Dá prá visualizar o que tentei falar?.... ou compliquei demais?...
2- Com relação ao durepox :
Cobre-se a cicatriz?
- sim, caso a cicatriz (local da madeira exposta) seja côncava, "entrando no tronco"... como foi o caso deste meu acer. Quando é assim, a cicatrização total raramente ocorre e, quando ocorre, fica pouco natural... Se colocar durepoxi, procure encher o "buraco" e nivelar imitando a curvatura do tronco... o que facilita a nova casca fechar todo o local...
E como fica o recobrimento dos calos? O durepox acaba sendo "engolido" pelo crescimento da nova casca?Ou vai sendo removido?
- o calo recobre o durepoxi... que como voce falou, acaba sendo engolido pela nova casca...Ele ficará permanentemente dentro da planta, porém, não mais visível...
Se voce olhar a ante-penultima foto e a ultima, dá prá notar que na ultima o durepoxi já está sendo recoberto e a área exposta da poda já é um pouco menor...

E se não colocarmos nada?
Uma alternativa ao não se colocar nada seria deixar que se forme um urô, também interessante.
Entretanto, caso voce consiga fazer uma poda rente ao tronco, próximo à sua curvatura, ou seja, levemente convexo, a cicatrização tende a acontecer normalmente, sem necessiadade de durepoxi...
Mas como falei antes Joel... isto se aplica bem ao acer tridente e outras plantas que já tên naturalmente a tendência de cicatrizarem bem e rápido... como jabu, pitanga, etc...
Numa caliandra por exemplo, eu não aplicaria esta técnica pois duvido que o durepoxi seja totalmente recoberto... o que provocaria o efeito visual contrário
De fato o uso do alicate côncavo ajuda nas cicatrizações, mas há outras variáveis que vale a pena analisar.
Só prá ilustrar, imagine um tronco com 10cm de diâmetro, com uma casca de 0,5cm, e que nesse tronco haja um galho grande que deva ser eliminado. Normalmente usa-se o alicate de corte lateral para se eliminar o galho, podando-o rente ao tronco. Entretanto, a lâmina deste alicate fará o corte da madeira rente à casca e, dessa forma, ficaria 0,5cm da madeira do galho também alinhada com a casca. Neste caso, quando a cicatrização começar a ocorrer, ela começará a recobrir a madeira exposta (alinhada com a casca original) formando um calo no tronco que, ao final da cicatrização, teria também cerca de 0,5 cm, como a casca toda. Ou seja, estará formado um calo que se projeta fora do tronco, dando um efeito não muito estético.
Voltando agora ao momento em que o galho foi eliminado com o alicate de corte lateral.... o passo seguinte, usando agora o alicate de corte côncavo (bola), será retirar aquela madeira remanescente do galho, que ficou “embutida” na casca. Há basicamente 2 maneiras de se fazer este trabalho:
1- Retirar a madeira excedente com uma única “mordida”, posicionando o alicate praticamente na posição do galho que foi retirado. Com isso, será criada uma forma côncava na madeira, que irá ser gradativamente preenchida na cicatrização.
Pró: é mantida no local praticamente a mesma circunferência do galho retirado.
Contra: está área agora côncava, será circundada por um anel de madeira quase no mesmo nível da casca, o que poderá provocar alguma marca na cicatrização.
2- Retirar a madeira excedente, inclusive o "anel" citado, com várias “pequenas mordidas” fazendo com que toda a madeira no local do galho podado acompanhe a exata curvatura e nível da madeira do tronco...
Pró: a cicatrização tende a acontecer mais próxima do nível da casca original, uma vez que inclusive aquele “anel” da opção anterior foi eliminado.
Contra: ao se retirar o anel citado antes, o diâmetro do local podado ficará um pouco maior que o do galho retirado, o que exigirá um pouco mais de tempo para a cicatrização total.
Pessoalmente adoto a opção 1 para podas de galhos menores e opção 2 para podas de galhos grandes.