Ligustrum Bonsai

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Podagem, cortes e suas cicatrizações

Adaptado de Atelier do Bonsai - Forum, post efetuado pelo usuário Charles (http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?t=9174),

As vezes acho importante discurtirmos sobre os problemas com os quais nos deparamos com nossos bonsai... acho que pode ser muito rico e este novo capítulo do fórum veio bem a calhar!

Sobre suas perguntas, posso responder pelo que já fiz e observei... mas sem maiores fundamentações técnicas.
1- arvores com galhos compridos e brotações so nas pontas. Entao não tem jeito mesmo? é zerar ela e começar novamente?
- varia de espécie para espécie. As jabuticabeiras, por exemplo, brotam ao longo de todos os galhos e tronco após podas intensas... então nem sempre é necessário encurtas seus galhos...
Nesse acer (e em outros também) eu tentei ver se ocorreriam brotações mas próximas do tronco e, depois de algum tempo acabei optando pelo encurtamento dos galhos... Com isso eu consigo também multplicar "n" vezes as ramificações dos galhos pois, a cada nó que elimino, brotam 2... e assim sucessivamente... Se eu fizer 5 podas de redução de um único galho novo, e suas respectivas bifurcações... teóricamente eu conseguiria 32 ramificações!!!... e se em cada poda de cada ramificação eu deixar apenas 1 nó, eu consigo uma bela compactação da massa verde!... Dá prá visualizar o que tentei falar?.... ou compliquei demais?...

2- Com relação ao durepox :
Cobre-se a cicatriz?

- sim, caso a cicatriz (local da madeira exposta) seja côncava, "entrando no tronco"... como foi o caso deste meu acer. Quando é assim, a cicatrização total raramente ocorre e, quando ocorre, fica pouco natural... Se colocar durepoxi, procure encher o "buraco" e nivelar imitando a curvatura do tronco... o que facilita a nova casca fechar todo o local...

E como fica o recobrimento dos calos? O durepox acaba sendo "engolido" pelo crescimento da nova casca?Ou vai sendo removido?
- o calo recobre o durepoxi... que como voce falou, acaba sendo engolido pela nova casca...Ele ficará permanentemente dentro da planta, porém, não mais visível...
Se voce olhar a ante-penultima foto e a ultima, dá prá notar que na ultima o durepoxi já está sendo recoberto e a área exposta da poda já é um pouco menor... Rolling Eyes

E se não colocarmos nada?

Uma alternativa ao não se colocar nada seria deixar que se forme um urô, também interessante.
Entretanto, caso voce consiga fazer uma poda rente ao tronco, próximo à sua curvatura, ou seja, levemente convexo, a cicatrização tende a acontecer normalmente, sem necessiadade de durepoxi...

Mas como falei antes Joel... isto se aplica bem ao acer tridente e outras plantas que já tên naturalmente a tendência de cicatrizarem bem e rápido... como jabu, pitanga, etc...
Numa caliandra por exemplo, eu não aplicaria esta técnica pois duvido que o durepoxi seja totalmente recoberto... o que provocaria o efeito visual contrário


De fato o uso do alicate côncavo ajuda nas cicatrizações, mas há outras variáveis que vale a pena analisar.

Só prá ilustrar, imagine um tronco com 10cm de diâmetro, com uma casca de 0,5cm, e que nesse tronco haja um galho grande que deva ser eliminado. Normalmente usa-se o alicate de corte lateral para se eliminar o galho, podando-o rente ao tronco. Entretanto, a lâmina deste alicate fará o corte da madeira rente à casca e, dessa forma, ficaria 0,5cm da madeira do galho também alinhada com a casca. Neste caso, quando a cicatrização começar a ocorrer, ela começará a recobrir a madeira exposta (alinhada com a casca original) formando um calo no tronco que, ao final da cicatrização, teria também cerca de 0,5 cm, como a casca toda. Ou seja, estará formado um calo que se projeta fora do tronco, dando um efeito não muito estético.

Voltando agora ao momento em que o galho foi eliminado com o alicate de corte lateral.... o passo seguinte, usando agora o alicate de corte côncavo (bola), será retirar aquela madeira remanescente do galho, que ficou “embutida” na casca. Há basicamente 2 maneiras de se fazer este trabalho:

1- Retirar a madeira excedente com uma única “mordida”, posicionando o alicate praticamente na posição do galho que foi retirado. Com isso, será criada uma forma côncava na madeira, que irá ser gradativamente preenchida na cicatrização.
Pró: é mantida no local praticamente a mesma circunferência do galho retirado.
Contra: está área agora côncava, será circundada por um anel de madeira quase no mesmo nível da casca, o que poderá provocar alguma marca na cicatrização.

2- Retirar a madeira excedente, inclusive o "anel" citado, com várias “pequenas mordidas” fazendo com que toda a madeira no local do galho podado acompanhe a exata curvatura e nível da madeira do tronco...
Pró: a cicatrização tende a acontecer mais próxima do nível da casca original, uma vez que inclusive aquele “anel” da opção anterior foi eliminado.
Contra: ao se retirar o anel citado antes, o diâmetro do local podado ficará um pouco maior que o do galho retirado, o que exigirá um pouco mais de tempo para a cicatrização total.

Pessoalmente adoto a opção 1 para podas de galhos menores e opção 2 para podas de galhos grandes.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Estaquia de Jabuticabeira

Adaptado de Atelier do Bonsai - Forum - Post de Geraldo Inocêncio (http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?t=4832)

vai abaixo então dois modos de conseguir uma jabuticabeira de galho e o melhor com produção já no segundo ano:

a) Pegue uma lata destas de 18 litros (quadrada), e faça um furo na
tampa compatível com o diâmetro do galho que você vai plantar. Fure o canto da lata e introduza uma mangueira (0,5 m) destas de jardim.
Escolha um galho com boas curvas e que tenha já tenha dado frutos.
introduza o galho no buraco feito na tampa da lata. A parte do galho que vai ficar dentro da lata deve ser descascada. Encha a lata de água e coloque a tampa com o galho e enterre a lata no chão de forma que a terra fique pelo menos 30 cm acima da lata. Vá repondo água pela mangueirinha toda a semana. Em pouco tempo sua jaboticabeira estará enraizada e dando frutos. A lata com o tempo enferruja e apodrece.

b) Escolha um galho que já deu frutos pode ser da grossura de um punho. Serre a parte que vai ser fincada no chão em forma de cruz. Depois, a parte serrada deve ser apontada na forma de um lápis. Escolha o local que vai plantar e finque (utilize alguma coisa para bater) a estaca no chão. Após fincada, coloque esfagno(musgo) sobre a estaca e amarre com com filme de embalar alimento, de forma que você possa molhar de vez em quando. Aguarde os resultados.

Brevemente vou postar fotos para mostrar como se faz.

Vai abaixo algumas fotos do processo em embalagem pequena e galhos pequenos.

foto 1: galhinho de jabuticaba que já deu frutos com a base descascada para colocar no frasco.
Frasco de plástico já com a mangueirinha para repor a água.
A parte descascada vai dentro do frasco


Foto2:
O galho já esta colocado no frasco e os furos selados. Não utilize silicone pois nos meus experimentos provou que não faz bem para a planta.


Foto 3:
O conjunto foi colocado em uma estufinha feita de garrafas pet e plantado na areia. O substrato pode ser variado. Lembrando que o substrato deve cobrir o frasco e sobrar um percentual por cima onde o galho vai enraizar.


Esta sequencia de fotos é para ilustrar o processo. O tamanho do frasco, do galho e da estufa podem ser maiores. Pode-se plantar também sem a estufa, mantendo o conjunto à sombra até o enraizamento.

foto 4: Escolha um galho de jabuticabeira;


Foto 5: Descasque a parte que vai ficar dentro da lata;


Foto 6: Arranje uma lata de 18 litros e uma mangueira;


Foto 7: Faça um furo no centro da tampa para o galho e um no canto para a mangueira;


foto 8: Insira o galho no furo do centro e a mangueira no furo do canto. O conjunto deve agora ser enterrado até o nível da linha vermelha. (no mínimo uns 10 cm acima da lata). Encha a lata de água pela mangueira e mantenha o nível repondo a água de vez em quando. O enraizamento se dará na parte acima da lata.


Vamos ilustrar o processo B

Foto 1: escolha um galho de jabuticabeira de bom diâmetro;


Foto 2: Serre a ponta do galho em forma de cruz;


Foto 3: Aponte o galho na forma de um lápis(a ponta é a parte que foi serrada em cruz);


Foto 4: Escolha o local de plantio e finque o galho a marretadas para que a ponta em cruz se abra dentro do chão. Feito isto, amarre uma trouxa de saco de aninhagem com esterco bem curtido na parte de cima do galho. Mantenha o conjunto sempre úmido. Se a intenção é fazer bonsai é melhor plantar o conjunto em local sombreado.


Estes processos apesar de trabalhosos, vão ganhar um tempo enorme. Se você tiver sucesso vai conseguir um bonsai que já vai frutificar no segundo ano.Um bonsai de jabuticabeira feito a partir da semente pode levar de 10 a 12 anos para frutificar.

Abaixo alguns exemplares de bonsai de jabuticaba:

Foto 1:


Foto 2:


Foto 3: Este bonsai saiu na revista VEJA na edição nº 2063, de 04/06/08 na matéria "De A a Z 100 legados japoneses"


Lembrando ainda que você pode conseguir enraizar um galho pelo sistema de alporquia. O problema é que a jabuticaba pode levar de 8 meses até mais de 1 ano para enraizar.

Estaquia de buxinho

Adaptado de Atelier do Bonsai - Fórum - (http://www.atelierdobonsai.com.br/forum/viewtopic.php?p=89509&sid=07466e9b7313d104e8e68d071472fc3d)
O buxinho se propaga muito bem p/ estacas ,no meu caso corto
as estacas com +ou- de 10 a 15 cm e grossura de lápis ja com movimento,sem muitas podas so retiro os ramos em excesso,escolha
galhos com idade intermediaria ,nem muito novo(brotos ainda moles)
nem muito velhos (ressecados)esta condição aqui na minha região se
da em outubro mas pode variar comf/cultivo/região.Faço o estaqueamento em areia grossa e ambiente de sombra rala.80% se
vc não tiver sombrite pode ser a sombra de árvore .assim que vc constatar raizes vá passando p /areas c/mais incidencia solar.
Penso que ele vai bem em diverças maneiras e substratos sem muita perda de estacas .

terça-feira, 31 de março de 2009

Poda Radical

Adaptado de Nipon Bonsai - Dicas - Bonsai formado a partir de poda radical (http://www.labbocommerce.com.br/index.php?eid=70&acao=ex_see&id=132)
O início de um bonsai pode se dar através de sementes, mudas novas ou mesmo material coletado da natureza. Queremos tratar aqui específicamente de material coletado na natureza.

Muitas vezes encontramos material na natureza muito similar a este do desenho. Bom nebari (base das raízes), movimento interessante, mas sem conicidade. E ainda, com dois galhos grossos.


Para dar início ao trabalho, escolhemos o galho com melhor movimento. Cortamos na altura que pretendemos. Para este corte, observamos o movimento da planta, sempre buscando as melhores curvas.

Eliminamos também o outro galho.

Sugiro fazer este processo de uma vez só. Evitando assim desgaste duplo na planta.


O que restou da nossa poda é um tronco a partir do qual iremos formar o bonsai.

Inclinamos o tronco na hora de plantar buscando a melhor posição. Para isso, é importante que o ápice do bonsai esteja alinhado com a base (exceto nos estilos: bunjing, inclinado e kengai).

Depois de replantado, aguardamo a brotação.


Os brotos novos que nascerem fora do local ideal, devem ser eliminados. Deixamos apenas os brotos que estão no local correto.

Em verde escuro estão os brotos novos já crescidos. Estes serão usados como galhos de sacrifício. Eles devem ser direcionados na parte inicial, e depois deixamos crescer livremente para cima, a fim de engrossar.

Em verde claro temos os galhos secundários, que já estão formando a copa. Estes mantemos podados e já os aramamos, modelando a copa.


Assim que os galhos de sacrifício estiverem na grossura desejada (formando boa conicidade), cortamos eles substituindo a ponta dos galhos por um dos galhos secundários.

Está formado o bonsai... agora é só densificar!

Ps.: Sugiro sempre usar alguma pasta cicatrizante nos cortes.


Texto e ilustrações: Valdir Hobus (vhobus)

Estética do Bonsai

Adaptado de Arvorezinhas - Estética do Bonsai (http://raizesbonsai.vilabol.uol.com.br/dicas.htm)

Raízes:

http://raizesbonsai.vilabol.uol.com.br/dicas.htmO Bonsai, como uma casa, necessita uma boas fundações. Tudo que for feito no sentido de melhorar a estrutura radicular, será refletido na árvore toda. Uma estrutura saudável da raiz é a combinação de bom alimento e um bom substrato (composto que forma a terra). As raízes junto ao tronco devem ser expostas, isso dá aquela sensação de árvore adulta, poderosa bem presa à terra. Esse conjunto de raízes acima do solo, juntas ao tronco é chamado de "Nebari".
Tal como os ramos, as raízes devem estar no sentido radial em torno ao tronco como os raios de uma roda. A estrutura da raiz deve estar o mais perto da árvore quanto possível, isto é, não devem ser demasiado longas, sem se aglomerarem no interior do vaso, também devemos evitar o cruzamento das raízes, dembaraçando-as com um palito ou com um Rake (garfo próprio para isso).
A estruturação das raízes, deve ser feita no sentido lateral, cortando-se as raízas que cresçam para baixo (raízes pivotantes), que são as raízes responsáveis pela firmeza da árvore ao solo, por esse motivo sempre amarramos o bonsai ao vaso, quando trocamos sua terra.

Raiz originalmente no solo
Raiz após o corte da pivotante

Na figura abaixo vemos um sequência para melhorar a estrutura das raízes de um bonsai, trazendo-as para o mais perto possível do tronco. As podas devem ser parciais, esperando-se a recuperação das raízes podadas anteriormente, para cortamos outras raízes.
(a) É como a árvore era inicialmente no momento da compra como planta de jardim ou colhida na natureza. (b) Mostra a árvore na primeira poda. Diversas raízes principais foram cortadas e tratadas com hormonnio de radicular. (c) é a árvore passado um ano. Já se notam novos rebentos nas partes cortadas. (d) mostra os cortes restantes das raízes iniciais, também estes foram tratados. (e) o resultado final, uma estrutura radicular boa e bem próxima ao tronco.

Tronco e Galhos:
O tronco é a base da árvore, transmite uma sensação de firmeza e elegância, devemos procurar as mudas para o noso bonsai, que tenham um tronco mais grosso e de formato Cõnico, ou seja, com abase larga e a parte superior mais fina e que tenho uma boa estruturação de galhos, comgalhos nas laterais e nos fundos, fica muito feio um bonsai se profundidade. Na frente do bonsai, os galhos que venham em direção aos olhos do onservador, devem ser evitados nos dois terços inferiores da planta, sendo aceitos no terço superior da mesma, a visão frontal do bonsai deve mostrar toda estrutura do tronco, o primeiro galho deve estar localizado em um terço do tamanho da árvore (de baixo para cima), cada galho deve ser mais fino que o galho abaixo abaixo dêle, evite o cruzamento dos galhos. Devemos evitar deixar os galhos com um espaçamento muito uniforme,isso deixaria nosso bonsai com uma aparência muito artificial

Tronco visto de frente, (note a conicidade)
Tronco visto de cima com a estrutura dos galhos bem distribuída

Note como o espaçamento uniforme do tronco deixa o bonsai artificial, já um espaçamento menos regular, proporciona uma grande beleza e graça a ele.

Observe o primeiro galho (de baixo para cima), começando em um terço da altura do bonsai e observe também a estruturação ideal da copa do bonsai, note que na frente do bonsai não existem galhos, justamente para mostrar a estrutura do tronco e dos galhos.

Vaso:
A árvore deve ser plantada no vaso de forma que permita que as raízes grossas junto ao tronco sejam visíveis. Este é o segredo para conferir uma aparência de mais velho ao bonsai.
Uma árvore com forma geométrica requer um vaso retangular, quadrado ou hexagonal, enquanto que uma planta com formas suaves e arredondadas ficará melhor em um vaso com formas ovais ou redondas.
O vaso dão deve nunca ser maior que a copa da árvores.
A árvore deve ser posicionada no vaso de modo que o tronco não fique no centro. Para encontrar a posição adequada recorremos a uma regra matemática que é utilizada no desenho e na pintura, o chamado ponto de ouro. Deve existir um eixo imaginário no centro do tronco que defina a distância entre ele as bordas do vaso achando as duas seções, (A) e (B). A diferença entre a seção mais pequena (A) e a maior (B) deve ser em proporção iguais á maior (B) com o todo (C).

No entanto nada disto se aplicará aos vasos redondos, exagonais ou octogonais, nêles você deve sempre plantar a árvore no centro.

Estilos:
Evite comprar mudas com o troco muito reto, pois elas só se adaptariam ao estilo Formal Reto (Chokkan), já uma muda de troco sinuoso ou inclinado, pode ser utilizada em vários estilos.(clique aqui para ver uma explicação mais detalhada sobre estilos)

Envelhecimento:
Nem sempre o mais importante eu um bonsai é sua idade real, mas sim a idade que ele aparenta ter, os grandes mestres conseguem fazer suas árvores terem sempre uma aparência de bem mais velhas, existem várias técnicas para isso, a mais simples é baixar um pouco os galhos, geralmente as árvores jovens têm seus galhos direcionados para cima, as mais velhas têm seus galhos já meio arriados, isso pode ser observado facilmente na natureza, aliás essa onservação é muito importante para que o bonsaísta deixe sua planta o mais parecida possível com o exemplar adulto na natureza. Clique aqui para ver as outras técnicas de envelhecimento.

Observe na figura acima a diferença entre os galhos de uma árvore jovem e uma árvore mais velha, ao baixarmos os galhos do nosso bonsai, damos a êle essa aparência de mais idade.

Solo:
O solo do nosso bonsai também deve passar uma aparência de um solo antigo, envelhecido pelo tempo. Um recurso muito interessante é aplicarmos musgo na sua superfície, fica muito bonito, porém devemos tomar cuidado com o excesso, pois o musgo impermeabiliza o solo, dificultando e entrada da água nêle durante a rega (clique aqui para ver um artigo sobe como apicar o musgo), outra coisa que deve ser evitada é o uso de pedras maiores que 6 mm ou coloridas, além de esquentarem muito com o sol, as coloridas ainda dão uma aparência muito artificial.

Propagação por sementes

Adaptado de Raizes Bonsai - Métodos de Propagação (http://raizesbonsai.vilabol.uol.com.br/propag.htm)

1) Sementes: é o melhor método para algumas espécies, como por exemplo os Pinheiros. É um método no qual se consegue excelentes estruturas de bonsai, entretanto é extremamente lento, o que muitas vezes desmotiva principalmente o iniciante.

Algumas sementes necessitam que sua dormência seja quebrada, através do processo de extratificação, que consiste basicamente em deixá-las em repouso dentro da geladeira.

Procedimento geral para extratificação de sementes:

  • Deixar as sementes de molho na água por um período de 2 a 3 dias. Usar as sementes que afundarem.
  • Envolvê-las em vermiculita ou areia úmida, colocá-las em um saco plástico (pode ser este que se usa para ir ao freezer)
  • Deixá-las na geladeira, na gaveta de legumes, por um período de 12 a 16 semanas, sendo que deve-se ter em mente que a data ideal para o plantio é o início da primavera, ou seja, as sementes deverão ser colocadas na geladeira preferencialmente nos meses de maio e junho
  • Observar periodicamente se houve alguma germinação. Neste caso pode-se fazer o plantio antes do prazo previsto.
  • Ao serem tiradas da geladeira, antes do plantio, deixá-las de molho por 24 horas.
  • Pode-se usar para o plantio os recipientes específicos para este fim, com cavidades individuais para cada semente, normalmente encontrados em lojas agropecuárias ou ainda bandejas.
  • Pode-se usar também mistura esterilizada, que é facilmente encontradas em lojas agropecuárias

Existem também as sementes que devem ser usadas quando frescas, ou seja, logo após serem recolhidas. A mistura o e recipiente podem ser os mesmos já mencionados anteriormente. Uma outra sugestão de mistura é 70% de areia e 30% de terra preta.

Após a semeadura, deveremos dispor em local sombreado e bem ventilado, tendo-se o cuidado de manter uma umidade constante. Decorridos ± 30 dias da germinação, as pequenas mudas podem pegar o sol da manhã. Uma adubação leve pode ser feita a partir deste período (diluir 1/5 da dose recomendada pelo fabricante, regando semana sim semana não. Após cerca de 1 ano as mudas podem ser replantadas, quando deverá ser feita a primeira poda de raízes, retirando-se as raízes pivotantes (que estão orientadas verticalmente), preservando as horizontais, que no momento do plantio deverão ser dispostas radialmente, para que se forme uma boa estrutura de raízes.

Alporquia - II

Adaptado de Raizes Bonsai - Métodos de Propagação (http://raizesbonsai.vilabol.uol.com.br/propag.htm)

3) Alporquia: este método consiste basicamente em interromper o fluxo de seiva em um determinado ponto da planta, imediatamente abaixo do ponto de onde queremos fazer a divisão, forçando o aparecimento de novas raízes. Os 3 tipos básicos são a alporquia aérea (também chamada de Anel de Malpighi), a de solo e o torniquete, que é um método mais suave. O período ideal para a alporquia é o início da primavera ou o final do verão.

Na alporquia de solo, utilizamos um galho longo, que possa ser dobrado até o chão ou ainda pode-se usar um vaso colocado ao lado do galho que se pretende usar. Para facilitar podemos retirar uma parte da casca (± metade do diâmetro do galho por um comprimento de ± 2 vezes o seu diâmetro), do lado que estiver para baixo (em contato direto com a terra). Após o período recomendado (ver tabela 2), faz-se uma inspeção e se a quantidade de raízes for suficiente, o galho é então separado da planta mãe e plantado em outro vaso, se não coloca-se a terra de volta e aguarda-se por mais um tempo.

Na alporquia aérea, retira-se a casca em torno de todo o galho (para espécies mais delicadas, pode-se deixar uma pequena faixa que é chamada de ponte). O comprimento do corte deverá ser de 2 a 3 vezes o diâmetro do tronco. O processo se inicia deixando uma quantidade de esfagno suficiente de molho em hormônio enraizador por período de no mínimo 2 horas. Pode-se usar também hormônio enraizador em pó, no local de onde se retirou a casca. O local sem casca é cuidadosamente envolvido com o esfagno, que é preso com o uso de uma fita ou ráfia, sem apertar muito. A bola de esfagno deverá ter um diâmetro suficiente para permitir o desenvolvimento das raízes. Depois disso, cobre-se tudo com um plástico que pode ser de cor preta para evitar a entrada de raios solares (as raízes são foto sensíveis), prendendo-o tanto na parte inferior quanto na superior, tendo-se o cuidado de deixar uma pequena abertura por onde irá entrar a água, Ao invés desse plástico, pode-se usar também um pequeno vaso ou copo descartável, o qual é cortado ao meio, arrumado em volta da "bola de esfagno" e o restante do recipiente completado com terra. Após ter decorrido o tempo sugerido na tabela 2, fazemos uma inspeção na raízes agimos conforme na alporqia de solo, tendo o cuidado de não desmanchar a bola de esfagno, sob o risco de danificar as raízes que neste momento são muito delicadas.

No método do torniquete usamos o mesmo procedimento da alporquia aérea, sendo que não cortamos a casca. O que se faz é enrolar no galho um arame de cobre com diâmetro de ± 3mm, fazendo-se um torniquete até que metade do diâmetro do arame penetre na casca. Esse método é usado em plantas que não toleram uma interrupção radical no fluxo da seiva (caso particular das coníferas)

Tabela 2 - Método e tempo médio de Alporquia

Espécie (nome popular mais usado)

Método Recomendado

Tempo Médio

Azaléas

Torniquete

4 meses

Bordos (Acer)

Anel de Malpighi

2 a 3 meses

Cerejeira

Anel de Malpighi

6 meses

Falso Cipreste Anão (Nanã)

Torniquete

4 meses

Ficus

Anel de Malpighi

2 meses

Jacaré (Juniperus Horizontalis)

Anel de Malpighi

6 meses

Jabuticabeira

Anel de Malpighi

1 a 2 anos

Pinheiro Negro

Torniquete

1 a 2 anos

Piracanta

Anel de Malpighi

3 meses

Pitangueira

Anel de Malpighi

1 a 2 anos

Romã

Anel de Malpighi

3 meses

Shimpaku (Juniperus Chinesis)

Anel de Malpighi

2 a 3 meses

Tuia Azul (Junípero Prateado)

Anel de Malpighi

6 meses

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